Compositor: Homero Aguilar
Foi seguindo o rastro
Do dono que não voltava
Já fazia mais de três dias
Que ele nem queria comer
Era um vira-lata caramelo
O cão a que me refiro
O chamaram de arruaceiro
Quando viram ele crescer
Que cão, mas que animal tão leal
Que cão, nunca vou me esquecer
Saiu numa noite de outubro
Lá de San Juan del Río
Sem sentir fome ou frio
Só queria achar o dono
Chegou até Querétaro
Viu estrelas em San Luis
E ao nascer do sol, deixou
Seus rastros em Matehuala
Que cão, mas que animal tão leal
Que cão, nunca vou me esquecer
Quando passou por Saltillo
Topou com muitos coiotes
Lutou, fugiu pelos montes
Pra não parar de buscar
Em Monterrey e Sabinas
Sentiu que estava perto
Cansado, quase caiu
Mas se negou a dormir
Que cão, mas que animal tão leal
Que cão, nunca vou me esquecer
Cruzou então a fronteira
Farejando do outro lado
O dono que procurava
Até que, enfim, encontrou
E se deitou sobre um túmulo
Onde havia um letreiro
Aqui, descansa um boia-fria
E o nobre cão morreu
Que cão, mas que animal tão leal
Que cão, nunca vou me esquecer